demissão e futuro

já está, sócrates pediu a demissão e é por este momento o primeiro-ministro demissionário de um país que vive à beira do colapso. foram 6 anos de desnorte e desgoverno, para as classes mais desfavorecidas, que culminaram com esta crise em que nos encontramos talvez mesmo a mais grave crise financeira desde que um filho decidiu agredir a mãe e fundar um estado independente.

contudo, e apesar desta ligeira euforia em que muitos portugueses se encontram desde que o anuncio da demissão foi feito, devemos em bom rigor manter a cabeça fria e os sentidos desperto porque o mau tempo não passou, longe disso. mesmo fazendo parte daquele grupo de portugueses que não teme o papão, acenado pelo governo, do fmi, não deixo de reconhecer que a queda do governo não funcionou como os pós de perlimpimpim ou a varinha mágica do harry potter. a crise mantém-se podendo mesmo vir ainda a piorar só que, tal como uma equipa de futebol que sofreu uma chicotada psicológica, as fraquezas poderão ser transformadas em força e o desalento dar lugar a ânimo e esperança.

algumas medidas terão que ser tomadas e outras mantidas, mas tenho esperança que, os futuros governantes sejam eles quais forem, não nos mintam nem nos tratem como dementes. mantenho uma série de ideias que considero determinantes para que o sacrifício a fazer seja repartido por todos e não apenas pelos mais desfavorecidos: imposição de um tecto salarial para políticos, assessores, administradores e gestores de empresas públicas ou de capital público que se situe nos 5 mil euros mensais. congelamento das “ajudas de custo” a não ser quando em confirmada representação oficial no âmbito das atribuições que possuam. cancelamento dos chamados carros de serviço fora das funções profissionais, fim dos pagamentos de rendas de casa e outras despesas pessoais, a não ser quando comprovadas como por exemplo no exercício de funções no estrangeiro. congelamento do subsídio de férias a todos os anteriormente referidos e a todos os funcionários públicos com salários iguais e superiores a 2500 euros mensais, líquidos. Fim dos subsídios a partidos políticos e das rendas chorudas a antigos servidores públicos que aufiram outros rendimentos. Obrigar os bancos a pagarem impostos sobre os seus lucros já que considero obsceno a banca ter 4 milhões diários de lucros tendo pago metade dos impostos pagos em outros anos.

não podem ser os reformados, a classe média e os precários a recibos verdes a continuar a pagar os luxos daqueles que deveriam “servir a coisa pública”.

tenho fé e acredito que sim, mas teremos que ser todos a lutar pelo mesmo objectivo e não apenas alguns… os do costume.

Comentários

Rafael Santos disse…
Não podia estar mais de acordo!
MG disse…
Caro amigo,
isto só vai lá, com a entrada do FMI.

de outra forma, não estou a ver alguém com tomates, para acabar de vez com o escândalo do BPN!!!(só um pequeno exemplo)

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