a falência da zona euro

hoje este olhares vai ser dedicado à grave crise económica que assola o mundo mas principalmente os países da zona euro. assumo desde já a minha total e completa falta de qualificação técnica para abordar, com profundidade, estes assuntos pelo que me limitarei a colocar questões e a levantar dúvidas iguais às que todos aqueles que nos escutam neste momento e que percebam tanto de economia como eu levantam.
afinal o que se terá passado na todo poderosa europa para estar à beira da bancarrota? até à bem poucos anos a europa vivia numa opulência que chegava a ser pouco menos que obscena, se olhássemos para as dificuldades que outros países, por exemplo aqui mesmo no continente africano, sentiam. agora assiste-se a um cenário dantesco ao vermos que alguns países europeus estão á beira do colapso, à beira da falência e que muitos dos governos não sabem o que fazer para ultrapassar a crise.
da grécia a portugal passando por espanha, alemanha e frança, para referir apenas alguns, quase todos vivem com a corda na garganta e em alguns destes países assiste-se mesmo ao ridículo de ver ministros a anunciar uma medida pela fresquinha da manhã, à hora de almoço surge um secretário de estado a dizer outra coisa e antes do jantar, em formato "happy hour", o primeiro-ministro desmente as anteriores medidas anunciadas. nesses mesmos países a confusão é tanta que nem os presidentes dos bancos se entendem, provavelmente para não fugirem ao modelo governativo, vindo um anunciar que o país "a" está a um passo de cair no abismo para no dia seguinte outros presidentes, de outros bancos, anunciarem aos gritos que não senhor é tudo mentira e que a crise não é assim tão grande devendo por isso ser dado um passo em frente.
o que é certo é que os trabalhadores desses países vivem com a certeza que os seus impostos vão aumentar, vá lá saber-se até quando, que os seus salários vão ficar mais curtos e os seus subsídios reduzidos, tudo em nome do esforço nacional de dar a volta à crise, só que até eu, que não percebo nada de economia, seja ela macro ou não, consigo entender que em países onde a despesa pública chega aos 75% do orçamento de estado, as reduções propostas apenas servem para enganar os mais distraídos e fazer passar a ideia que aquelas cabecinhas pensadoras estão mesmo a tentar pensar.
não seria mais lógico, ético e responsável tentar reduzir a despesa pública para assim reduzir o défice? não seria mais fácil cortar nos salários de alguns gestores públicos que chegam a auferir mensalmente mais do que a maioria dos trabalhadores desses países ganham por ano? não seria preferível parar muitos dos projectos megalómanos que não irão gerar receitas, pelos menos nos tempos mais próximos, mas apenas e só mais despesas e mais uns euros para os bolsos dos do costume?
reconheço que todas estas são questões colocadas por quem nada entende de economia, mas faz-me confusão ver países europeus com taxas de desemprego acima dos 10% tomarem medidas que apenas servem para enganar incultos como eu que nada percebem desta engenharia financeira.
para além disso são já muitos os países europeus que correm o risco, sério, de verem os bancos não terem liquidez, ou seja, as pessoas que têm dinheiro depositado em alguns bancos de alguns países correm o risco de um dia chegarem a um balcão para levantar o seu dinheiro e o banco não as notinhas para entregar. alguns economistas famosos dizem que isso não irá acontecer, mas outros, também muito famosos, dizem que sim senhor pode e vai mesmo acontecer…e em breve.
mas afinal o que se terá passado no mundo ocidental para terem chegado a este ponto? Será que o “terrorismo”, a desculpa da moda que serve para legitimar todos os disparates, é o grande culpado? será que a soberba não teve um papel importante nesta situação? será que a incompetência não será afinal a resposta para esta crise?
confesso que não tenho respostas, até porque sou um perfeito leigo em matéria económica, apenas coloco questões e sei também que as três agências de rating financeiro atribuíram ontem, pela primeira vez, uma classificação para angola, com a standard & poor´s e a fitch a apostarem no "b"+ para o longo termo e a moody´s a ficar-se por "b"1 "not-prime".
percebo pouco o que querem dizer estes "b"´s mas cheira-me que deve querer dizer que a economia angolana começa a merecer o respeito dos mercados internacionais e que talvez alguns dos responsáveis pelas finanças de alguns países europeus deveriam tentar perceber como é que estas coisas acontecem…se calhar as máximas competência, rigor, disciplina e tolerância zero são capazes de ter tido alguma a ver com o facto de uns estarem à beira da falência e outros estarem pela primeira vez a ser reconhecidos internacionalmente… como diria o realizador francês claude lelouch também na economia existem les uns et les outres…

p.s. (mas pouco) - recordo aqui um pequeno post que escrevi em outubro de 2009, e que foi muito criticado, e apenas relativo a uma instituição bancária. hoje a situação corre o risco de se estender a muitas mais...

Comentários

Gracioso disse…
Creio que o problema das finanças públicas em Portugal é sobretudo uma questão de competitividade ainda que outros elementos sejam importantes como a corrupção, amplitude de rendimentos e a formação profissional.
Não creio que a Alemanha tenha actualmente problemas de finanças públicas. Não sofre de baixas exportações nem de importante desemprego.
A diferença de saúde estrutural das economias dos estados membros do euro vão certamente resultar em importantes configurações desta moeda.
Provavelmente ou a Alemanha e outros se retiram do euro ou alguns países, particularmente entre os PIG's, retomam uma moeda nacional.
Devemos ter notícias importantes no mais tardar até às próximas eleições na Alemanha.
Cumpts
J.Gracioso

Mensagens populares