o arrumador da graça
morreu o arrumador da graça.
aqui está uma noticia que não abrirá jornais televisivos, não fará a primeira página dos jornais nem tão pouco será noticia em lugar algum. contudo, eu falo aqui da morte do arrumador da graça.
desde que há 4 anos regressei ao bairro onde nasci que o arrumador fazia parte do dia a dia. de manhã quando saia de casa lá estava ele a pedir um cigarro e ao fim da tarde quando regressava já ele tinha o lugar guardado contra entrega de mais um cigarro.
contou-me ele um dia que tinha feito o curso para cantoneiro da câmara de lisboa, só que o vício já tomara conta dele e o lugar continuava vago.
morava lá para os lados de santa iria da azoia mas todos os dias "trabalhava", como ele fazia questão de dizer, das 8 da manhã até perto da 10 da noite. nos melhores dias chegava a "tirar" mais de 300 euros mas mesmo nos piores nunca ganhava menos de 100.
ao principio andava bem vestido e com bom aspecto, mas para o fim o desleixo tomou conta dele. para suprimir a falta de droga já se fazia acompanhar de uma garra de litro de cerveja que mal acabava era de imediato substituída por outra. desleixou-se e já não ia dormir a casa, ficando por um carro abandonado ou por um vão de escada.
um dia disse-me que ia ser operado e que ia aproveitar para tentar recuperar e reassumir o lugar de canteiro que esperava por ele.
não recuperou e a morte foi a cura para o seu sofrimento. nunca soube o seu nome, era simplesmente o arrumador da graça...
aqui está uma noticia que não abrirá jornais televisivos, não fará a primeira página dos jornais nem tão pouco será noticia em lugar algum. contudo, eu falo aqui da morte do arrumador da graça.
desde que há 4 anos regressei ao bairro onde nasci que o arrumador fazia parte do dia a dia. de manhã quando saia de casa lá estava ele a pedir um cigarro e ao fim da tarde quando regressava já ele tinha o lugar guardado contra entrega de mais um cigarro.
contou-me ele um dia que tinha feito o curso para cantoneiro da câmara de lisboa, só que o vício já tomara conta dele e o lugar continuava vago.
morava lá para os lados de santa iria da azoia mas todos os dias "trabalhava", como ele fazia questão de dizer, das 8 da manhã até perto da 10 da noite. nos melhores dias chegava a "tirar" mais de 300 euros mas mesmo nos piores nunca ganhava menos de 100.
ao principio andava bem vestido e com bom aspecto, mas para o fim o desleixo tomou conta dele. para suprimir a falta de droga já se fazia acompanhar de uma garra de litro de cerveja que mal acabava era de imediato substituída por outra. desleixou-se e já não ia dormir a casa, ficando por um carro abandonado ou por um vão de escada.
um dia disse-me que ia ser operado e que ia aproveitar para tentar recuperar e reassumir o lugar de canteiro que esperava por ele.
não recuperou e a morte foi a cura para o seu sofrimento. nunca soube o seu nome, era simplesmente o arrumador da graça...
Comentários
Vai ser sem dúvida uma ausência notada no Largo da Graça...